Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PARA ENTENDER A NATUREZA DAS ONGUES/ONGs

PAPÉIS AVULSOS (HEITOR DE PAOLA)

A. C. PORTINARI GREGGIO


Ongues, o leitor está cansado de saber, são organizações não governamentais. E os ongueiros se referem à sua duvidosa ocupação como terceiro setor. Está claro? Não, não está. Qualquer empresa, clube ou associação também é organização não governamental mas não é ONG. E, em Economia, setor terciário é o conjunto de prestadoras de serviços, tais como transportadoras, empreiteiras, bancos, armazéns, escolas, telefônicas, etc. Nenhuma dessas pode ser classificada como ONG. Por que, então, as entidades de agitação política, de adoração da natureza, de xumbregos com tribos indígenas ou de proteção a bandidos se denominam organizações não governamentais, se esse nome nada significa?


Para entender, o leitor tem de esquecer o Direito Civil e a Economia, e fixar-se na origem e na real finalidade dessas entidades. A origem está ligada à ONU. A ONU é uma organização de nações unidas. Logo, os membros naturais da ONU são osgovernos dessas nações. Mas em 1945, na elaboração da Carta das Nações Unidas, incluiu-se no Capítulo X, artigo 71, um dispositivo que permitia à futura Organização aceitar, nas reuniões e atividades do Conselho Econômico e Social, algumas organizações não governamentais, com função consultiva. Na época essas organizações eram poucas e respeitáveis, tais como a Câmara Internacional de Comércio, a ISO, etc. Hoje a ONU tem relações consultivas com mais de 3 mil ONGs, grande parte das quais financiadas por governos, o que torna duvidosa a sua condição não governamentais e as outras são ainda mais duvidosas porque sustentadas por multinacionais, por especuladores como Jorge Soros ou por milionários lunáticos que, por vaidade, abraçam causas e utopias.


O verdadeiro status dessas organizações na ONU não é nada consultivo. Manipulando gigantescos esquemas de marketing e mobilizando campanhas mundiais de mídia – com fartíssima distribuição de verbas, propinas e jabaculês, as ongues, em sociedade com a ONU, de fato conseguem criar, modificar ou bloquear os itens da agenda política internacional, com muito mais efetividade do que as morosas e protocolares burocracias governamentais.


Vemos, portanto, que a qualificação não governamentais não tem nada que ver com a legislação civil desse ou daquele país: é assunto da ONU.


E o tal terceiro setor? Para entendê-lo, o leitor tem de colocar-se na pele dum sociólogo ou antropólogo ou outro ólogo qualquer, classificado na categoria dos formados em filosofia, letras, humanas sociais – os nossos familiaresfefeleches, assim denominados em homenagem à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a FFLCH. Ao procurar emprego, o fefeleche tem três opções: (1) dar duro na empresa privada, (2) passar num concurso e entrar para o governo ou, a mais fácil e natural das três, (3) arrumar emprego numa ongue. Entendeu agora porque as ongues são o terceiro setor? Não se trata de Economia trata-se das escolhas dum fefeleche em busca de salário, prestígio e poder. E trabalho? Ora, meu amigo...


Como a ONU só credencia 3.187 ongues e existem centenas de milhares delas no mundo – só no Brasil, estima-se sejam 8.600 ongues – fica claro que o ongueirismo transbordou o âmbito da ONU e se tranformou em imensa rede paralela de redutos fefeleches. Mas não há separação entre umas e outras. As acreditadas junto à ONU são a elite, e as demais, aspirantes a essa privilegiada categoria. Mas todas jogam o mesmo jogo.


Que jogo?


A causa pode variar: crianças de rua, índios, homossexuais, direitos humanos, pastorais, fome, etc. Mas o propósito comum é concorrer com o governo, debilitá-lo, desmoralizá-lo e substituí-lo – tudo sob o pretexto de trabalhar em “parceria” com ele, usando as suas verbas.


Essa estranha convivência entre o organismo atacado e os parasitas que o devoram por dentro, é considerada natural e até desejável. No sistema constitucional das democracias de massas, como a brasileira, as ongues são o poder  paralelo, não eleito, não previsto em lei, o governo de facto que, na visão dos juristas neoconstitucionalistas – os da constituição cidadã de 1988 – seriam as vanguardas do avanço político. Como a classe dos fefeleches está presente tanto nas ongues como no governo, a destruição da Nação se processa como suicídio assistido.


Foi por esse motivo que o presidente Putin, depois de livrar (parcialmente) a Rússia das quadrilhas das privatizações e da democratização da década de 1990, fez baixar a lei de 10/1/2006, pela qual as ongues em atividade no país foram obrigadas a publicar suas fontes de financiamento. Além disso, a lei permite que as autoridades liquidem qualquer ongue que representar “ameaça à soberania, à independência política, à integridade territorial, à unidade, às tradições culturais ou aos interesses nacionais” russos. Prestem atenção.


O autor é Economista e ex-aluno da Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo


Publicado originalmente no # 135&nbspdo JORNAL INCONFIDÊNCIA, dezembro de 2008

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".